Segurança ao andar de moto nas periferias: como evitar acidentes e salvar vidas

Entre 2010 e 2023, 1,4 milhão de motociclistas foram internados no Brasil, representando mais da metade das internações por lesões viárias. Capacete, farol baixo ligado, respeito à velocidade e pilotagem sóbria são cuidados essenciais para motoboys, mototaxistas e passageiros.

Nas periferias brasileiras, a moto deixou de ser apenas um meio de transporte e se tornou uma ferramenta indispensável para o sustento e a mobilidade. Mototaxistas, entregadores e trabalhadores de aplicativo dependem dela para chegar rápido, atender clientes e cumprir horários — e muita gente opta pela garupa como forma mais barata de se locomover.
Imagem – Tânia Rêgo Agência Brasil

Por que a moto virou alternativa e risco?

Desde a pandemia, a frota de motos no país aumentou em quase 5 milhões de unidades, ultrapassando 29 milhões. Em alguns estados do Norte e Nordeste, elas já superam os automóveis. Mas, junto com a praticidade, veio o aumento dos riscos: hoje, uma em cada três mortes no trânsito envolve motociclistas. Entre 2010 e 2023, mais de 1,4 milhão de pessoas foram internadas no Brasil após acidentes sobre duas rodas.Cirurgias eletivas de alta complexidade realizadas pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) no Sistema Único de Saúde (SUS) têm sido adiadas para que a prioridade seja o atendimento de vítimas de acidentes com motocicletas — incluindo colisões, atropelamentos e quedas.Somente em 2024, 1.450 procedimentos desse tipo deixaram de ser feitos na unidade devido às transferências de emergência. Um em cada cinco pacientes transferidos apresentava lesões graves decorrentes de acidentes de moto, realidade frequente nas periferias, onde o uso desse transporte é maior.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2010 e 2023, 1,4 milhão de motociclistas foram internados no Brasil após incidentes no trânsito, representando 57,2% de todas as internações por lesões viárias. Pedestres vêm em seguida, com participação de 19,4% (quase 1 milhão de casos a menos), enquanto motoristas e passageiros de carro somam 188 mil internações, o equivalente a 7,4% do total.

Dicas práticas para quem anda de moto uber ou aplicativos:

  • Capacete sempre — afivelado, com viseira abaixada e certificação do Inmetro.
  • Nada de celular — a distração aumenta em até quatro vezes o risco de acidentes.
  • Velocidade na medida — respeitar os limites evita tragédias e multas.
  • Viagem sóbrio — álcool e direção não combinam, nem para o piloto nem para o garupa.
  • Roupas adequadas — jaqueta, calça, luvas e calçado fechado ajudam a proteger em caso de queda.
  • Cuidado no corredor — prefira baixa velocidade e atenção máxima.
  • Crianças, só a partir dos 10 anos — sempre com capacete próprio.
  • Farol baixo ligado — aumenta a visibilidade durante o dia.
  • Apenas um passageiro — segurança e lei devem andar juntas.
  • Garupa atento — segure firme e acompanhe o movimento do condutor.

Mais segurança, mais vida

A moto continuará sendo parte essencial da mobilidade nas periferias. Mas para que ela siga como aliada — e não como ameaça — é preciso que pilotos e passageiros adotem hábitos seguros. Além da responsabilidade individual, investimentos em infraestrutura e transporte público podem reduzir os acidentes e tornar o trânsito menos violento para quem vive nas bordas da cidade.

Fonte: Agência Brasil
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